domingo, 26 de setembro de 2010

Mãe,

"Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer. Como é grande o meu amor por você". Minha formatura do pré. Tenho certeza que lembras! De lá pra cá foram 10, quase 11 anos. E tanta coisa mudou! Sabe, mãe, adolescência é uma droga. Ficamos idiotas, como se nada mais importasse, nada além de nossos anseios e alegrias. Sim, ainda sou adolescente. Mas num momento tão importante - o de escolher a profissão - um saco pesado de responsabilidade despenca diretamente sobre nossas cabeças e, de certa forma, faz-nos enxergar que a vida é bem maior do que a bolha em que vivemos. Escrevo isso porque fui afetada por uma onda de arrependimento imensa por tantos anos desperdiçados. Poderia ter aproveitado melhor o tempo em que as preocupações eram infantis e, de qualquer forma, sempre teria teu colo. Há vários tipos de mãe. Mas tu sempre fostes mãe. Simples assim: mãe. E melhor ainda: a minha. Ao contrário do que pensam tu que o pai, não sou uma pessoa fria. Pelo contrário, sou extremamente sentimental e romântica. Apenas não sou acostumada a demonstrar pessoalmente. Porém, se observares meus textos, verás que deixo bem explícita essa parte da minha personalidade. Ah! Meus textos. A quem devo o dom de escrever? Talvez tenha herdado um pouco, mas a maior parte foi do teu esforço de ficar parada no corredor, lendo historinhas para eu dormir. Ou brincando de "fomar a palavra". B-A. BA. N-A. NA. N-A. NA. Banana! Eu lembro... Então, mãe, há tantas coisas que quero compartilhar contigo. Já amadureci o suficiente para te ter como amiga...

Amo-te infinitamente e és meu mundo!

P.S.: Muito obrigada pelo gene do rutilismo (cabelos ruivos). O que seria do meu glamour sem essa particularidade?!